Aedes aegypti em Crônica

Descrito cientificamente pela primeira   vez   em   1762,   como   “Culex aegypti” e rebatizado como “Stegomya fasciata”,  somente por volta de 1940, após nova cerimônia de batizo, tornou-se   o   temido   “Aedes   aegypti”   e, atualmente,   um   dos   insetos   mais estudados   do   mundo.   Dentre   seus primeiros   relatos   históricos, encontramos a Ilha de Java, 1779. Nas Américas   é   relatado   há   mais   de   200 anos   e   no   Brasil   suas   portas   foram abertas   à   primeira   epidemia documentada   clínica   e laboratorialmente,   em   1981-1982   em Boa   Vista-Roraima.

Já   começando   a mostrar   por   quê   e   para   que   veio, disseminou-se   em   longas   visitas turísticas por vários Estados brasileiros, onde se encontra  até os dias  de hoje, impondo sua presença e marcando seu território,   em   busca   preferencialmente de temperaturas amenas entre 24 e 28 graus porque essas não interrompem a efetividade completa de suas ações. Não se   intimidou   apesar   de   ter   sido considerado   erradicado   do   território brasileiro   por   várias   vezes.

Quem conhece  o Brasil  não  esquece jamais!

Ele gosta de civilização, seu negócio é ser urbano. Apesar de ser doméstico não podemos   adotá-lo   como   se   fosse   de estimação,   pois,   toda   sua   fragilidade aparente é apenas um simples disfarce de que na verdade ele é uma fera.

Não tem   dó.

Seja   afetando   alguns   poucos indivíduos   ou   em   grandes   epidemias. Sua primeira fase, a de um Ovo, mostra que ele é resistente suportando mais de um   ano   fora   d’água,   mas   podendo mostrar a eclosão de ovos com até 450 dias. Tal resistência facilita a dispersão passiva, o que faz dele, além de tudo, um   viajante,   um   turista,   um   bom vivant…

Assim,  viaja   como   quem   não quer nada por longas distâncias. E passa a   ser   uma   Larva,   depois   Pupa   e finalmente   Adulto.   Fases   curtas   e efêmeras do restante do seu ciclo. Se o que vale é viver menos mas com mais intensidade, nisso o “Aedes” é craque.

Aproveita com tamanha intensidade os seus aproximados 30 dias de vida que nos faz pensar que se vivesse por mais tempo talvez não fosse tão intenso.

Ah, pequeno grande “Aedes aegypti”, aqui, lá e acolá… Nada como a luz natural do dia,   com   ou   sem   sol,   para   que   se constitua   um   mosquito   de   hábitos diurnos. Mas ele não está impedido da ação noturna, que ocorre quando existe luz   artificial   e   esteja   faminto.

Quero dizer, faminta. É ela, o mosquito fêmea, uma   espécie  hematófaga   e   possuidora de uma grande capacidade de ação que na   verdade   consiste   em   luta   pela sobrevivência;   grávida   e   faminta   em busca   de   alimento   para   o amadurecimento   dos   seus   ovos.   O “Aedes” mais amigavelmente chamado, que ele e sua Família Flaviviridae não me   ouçam,   possui   longas   pernas   que permitem   atacar   com   mais   rapidez, embora   sua   autonomia   de   vôo   seja muito limitada (200  m) podendo voar até 3 Km com toda a leveza aparente que   disfarça   sua   força   interna   e   uma grande ferocidade que lhe avassala.

É assim,   esse   mosquito   de   multi nacionalidades,   é   Africano,   originário do   Egito,   com   passaporte   e   vistos devidamente   autorizados   na   Espanha, onde confirma a razão de sua existência, trazendo-nos a “manha” e o “melindre” que originam o nome DENGUE!

Dra Tatiana Guimarães é médica Pós Graduada em Endocriologia e Metabologia, com extensão na Harvard Medical School, com mais de 20 anos de experiencia profissional na Medicina, proporcionando saúde e bem estar para mais de 10.000 pacientes.

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